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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Mesmo com a crise, sobram vagas de trabalho para TI



Mesmo em período de desemprego, sobram vagas de trabalho no campo da Tecnologia da Informação (TI) em Uberlândia, cidade em que, de janeiro a setembro deste ano, perdeu 2.764 postos de trabalho, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados no fim de outubro. Uma pesquisa feita pela reportagem do CORREIO de Uberlândia em sites de emprego e empresas mostrou que há, pelo menos, 90 vagas abertas.
Ainda que não exista um levantamento oficial, empregadores do setor apostam em números até cinco vezes maiores. O problema preocupa empresários, que buscam aproximação com centros de formação como forma de driblar, a situação.

A análise feita pelo presidente do I9 Uberlândia, Robson Xavier, é que o não preenchimento das vagas no setor está ligado, principalmente, ao dinamismo da área, que exige grande demanda de reciclagem dos profissionais, e à falta de qualificação dos trabalhadores. A Associação de Empresas de TI informa também a perda de profissionais para grandes centros, ainda que esse seja um fator de menor grau hoje. “Conforme as empresas recebem demandas, às vezes, não é possível capacitar os profissionais. Então, abrimos novas vagas para suprir a necessidade. Da mesma forma que os cursos, hoje, formam mão de obra apenas com conceitos básicos”, disse Xavier.
A questão salarial não seria problema, segundo ele, uma vez que setor oferece até R$ 9 mil como salário inicial, dependendo da Especialização do profissional. O problema é visto como global e avaliado como preocupante por integrantes da área, uma vez que a falta de profissionais pode levar empresas a não conseguirem atender ao próprio mercado e travar o setor.
Empresa tem dificuldade para contratar profissionais

Segundo a coordenadora de Recursos Humanos de uma empresa de tecnologia em Uberlândia, Kriscia Martins, ela busca preencher 13 vagas na área atualmente. Essa também é a média mensal de abertura de postos de trabalho da companhia. A taxa de reprovação dos candidatos nos processos seletivos chega a 26%, segundo a coordenadora, enquanto a taxa de contratação não passa de 7%.
“Até contratamos, mas as pessoas qualificadas para os cargos demoram a aparecer”, afirmou Kriscia Martins. Para tentar contornar o problema, ela procura indicações de outros profissionais entre seus colaboradores, treina aqueles que já trabalham no local e que têm potencial para assumir cargos sênior e a empresa busca fortalecer a marca para atrair talentos.
Segundo Robson Xavier, presidente do I9, associação de empresas de TI, nos últimos anos, houve evasão de estudantes dos cursos de TI e uma das soluções encontradas foi incentivar alunos de escolas de Uberlândia a se interessarem pela área. Para isso, o I9 atua em colégios ensinando programação básica para jovens e promove eventos, como mostra de trabalhos feitos pelos estudantes.

Vagas de emprego em TI

§  90 postos de trabalho não preenchidos (segundo pesquisa em sites e empresas feita pela reportagem do CORREIO de Uberlândia)


Motivos para o não preenchimento das vagas

§  Falta de qualificação dos candidatos
§  Demanda maior que capacidade de reciclagem dos funcionários
§  Evasão de alunos dos cursos de TI
§  Perda de mão de obra na área para outros centros